
Como crer, tendo uma filha que escolheu a prostituição
e se recusa a mudar de vida, por mais que a aconselhemos?
Como ter esperança, tendo um corpo doente, regado a
remédios caros e incompetentes ou a cirurgias e hospitalizações
recorrentes?
Como conjugar a confiança, tendo um pai que alterna
embriaguez, autoritarismo e truculência, que experimentamos na pele e na
alma?
Como amar o próximo, tendo em nossa casa um parente
moralmente enfermo, provocando amarguras, divisões e contendas como uma forma de
prazer?
O que fazemos nestas situações?
Como vivemos nestas circunstâncias fora de nosso
controle?
Depende de como cremos.
Se cremos que Deus pode mudar o imudável, continuamos
crendo, como Jó, sem desistir de orar por nossa filha. A persistência na oração
não depende de sinais de mudança.
Se cremos que Deus nos é suficiente, seguimos com o
nosso corpo: ele nos limita, mas não nos impede de viver. A vida é mais que o
corpo. A graça é mais que a vida.
Se cremos que Deus cuida de nós, honramos nosso pai
como um mandamento, mesmo que nos soe irracional, certos de que seremos honrados
por Deus em nossa obediência, mesmo que não a vejamos.
Se cremos que Deus está certo em nos instruir a amar,
pomos nossa força no amor ao outro, porque se não amamos o outro não somos
capazes de amar a Deus e a nós mesmos.
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